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Graduada em jornalismo e escritora de romances e histórias infantis, foi no lar que descobri o maior sentido da vida. Alguém que encontra amor e alegria nos desafios e nos prazeres cotidianos do matrimônio e da maternidade. Enfim, uma mulher loucamente apaixonada pelo marido e pelos filhos, que se torna plena, descobre-se e se realiza, cada dia e sempre mais, no seio da família.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Começos e recomeços: "Tudo tem o seu tempo"!

Dia histórico: os 3 indo ao colégio, juntos!
Esta, foi uma semana especial, de começos e recomeços, para a nossa família. Logo na segunda-feira, celebramos o 9º ano de vida do nosso primogênito, e vibramos com o início da vida escolar da Clarinha (3). Na quarta, após férias bem aproveitadas, André (9) e Pedro (5) voltaram às aulas. Não “só” isso. Retornaram com uma nova companhia: a irmãzinha. Por isso, foi um dia histórico e emocionante, para nós. Era a primeira vez que os três irmãos, nossos filhos, iam ao colégio juntos, como estudantes. Não coincidentemente, foi também nesse dia que comecei a elaborar este texto – o primeiro do blog –, e que voltei a escrever, depois de um longo período.

No entanto, isso – de voltar a escrever – não aconteceu somente porque as crianças foram para a escola. Pensando bem, na verdade, o maior motivo foi mesmo este. Mas não porque a presença dos filhos me impedisse de fazê-lo, antes – se fosse por isso, eu teria escrito este texto enquanto eles estavam na escola, e não quando estão todos em casa, como foi o caso. Eu não planejei o momento de retornar. Poderia ter recomeçado antes, ou melhor, poderia nunca ter parado – falta de assunto e de inspiração que não foi, tampouco de tempo.

Como bem disse Cyril Parkinson (professor, historiador, administrador e escritor inglês): “O homem mais ocupado é quem tem mais tempo livre”. Dá para refletir! O que não dá, é usar a falta de tempo, como desculpa – e menos ainda as crianças, como justificativa. Seria muito injusto. Só podemos culpar a nós mesmos, se deixamos de fazer – livremente – algo que gostamos. Quando isso acontece, geralmente, ou é porque não se trata de uma coisa realmente importante para nós, ou é pura falta de organização e disciplina, da nossa parte. No meu caso, a segunda opção é a mais adequada. Mea culpa!

Mas, e a razão de ter voltado a escrever justamente nesse dia? Simplesmente, o marco da quarta-feira serviu de estalo para me tirar da inércia. Ver os três juntinhos, de uniforme, cada um puxando a sua mochila, reacendeu em mim o que faltava. Eu sabia que voltaria a ver essa cena quase todos os dias, durante muitos anos; mas aquela era a primeira vez. Aquele momento marcava o início de uma nova etapa, de um novo começo.

Enquanto eles iam caminhando, tão tranquilamente, à minha frente, eu ia me dando conta – mais uma vez – de que o tempo não para. É óbvio que sabemos bem disso, mas, muitas vezes, vivemos como se esquecêssemos. Até surgir algo – uma frase, um acontecimento, uma cena... – que nos faça despertar, de súbito, com o desejo de não desperdiçar um instante sequer.

Em casa, tudo parecia estranho. Silencioso e vazio demais. Nem pude ligar a TV, para encher o ambiente de som, pois estava faltando energia. Fui logo tratando de fazer alguma coisa – e havia várias para escolher –, mas fiquei perdida, naquela solidão. Não era para menos. Afinal, do dia anterior para trás, somava-se 9 anos de companhia praticamente constante. Quase uma década acostumada a chorinhos, risadinhas, pisadas de pezinhos gostosos correndo pela casa, convites para as mais diversas brincadeiras, várias chamadas ao banheiro e os incontáveis “mamãe!”, completando a “sonorização” do ambiente. Ainda bem que toda essa ausência só dura até o final da manhã. Vou me acostumar – não tão rápido quanto as crianças se adaptaram ao colégio, mas sei que vou!
Dia histórico: 1ª vez juntos, no colégio!

Pode parecer que estou exagerando e fazendo drama, mas não é isso. Também, não chega a ser nostalgia ou tristeza. É um sentimento diferente. Um medo atrelado ao desejo de não perder tempo. Sinto o meu nível de sensibilidade mais elevado, como se estivesse mais atenta aos detalhes, nas coisas fundamentais do dia a dia. Como se pudesse ver com mais clareza, para fazer as escolhas certas e ficar sempre com o mais importante da vida. Até aqui, sei que fiquei (com a melhor parte), não há dúvida disso. 


“Tudo tem o seu tempo. Há um momento oportuno para cada coisa debaixo do Céu” (Eclesiastes 3,1). É essa certeza que move o meu coração e as minhas decisões. É ela que me deixa em paz e grata, pelo tempo que passou, sabendo que vivi o que era para ser vivido, sem pressa e atropelos. É acreditando nisso que acolho e abraço o novo tempo que se inicia, com tranquilidade e esperança. Tudo dará certo – como sempre –, mesmo que às vezes pareça que não. E se for preciso abrir mão de alguma coisa e fazer escolhas, sem problema. Não tenho medo delas. A vida é feita disso, não é mesmo? Quando a nossa prioridade está no essencial, naquilo que, inquestionavelmente, jamais poderia ficar em segundo plano, tudo fica bem – do início ao fim! 

Raquel Suppi

O que mais gosto na maternidade?

No meio daquela bagunça gostosa com os filhos, um deles me perguntou por que eu gostava tanto de ser mãe. - Porque eu tenho vocês, ué...

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