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Graduada em jornalismo e escritora de romances e histórias infantis, foi no lar que descobri o maior sentido da vida. Alguém que encontra amor e alegria nos desafios e nos prazeres cotidianos do matrimônio e da maternidade. Enfim, uma mulher loucamente apaixonada pelo marido e pelos filhos, que se torna plena, descobre-se e se realiza, cada dia e sempre mais, no seio da família.

domingo, 22 de abril de 2018

Pequenos detalhes, grandes riquezas

Mais que um  flagra, um mimo cheio de beleza!
Por uma questão de logística, geralmente, é o meu marido quem leva e busca os filhos no colégio. Contudo, sempre que possível, faço essa função ou vamos os dois juntos. Recentemente, por exemplo, fui com o Felipe, sem que as crianças soubessem. Eu queria surpreendê-las, ainda que no fundo pensasse que a minha ida não fosse uma grande novidade. Estava enganada! Ao me avistarem, cada um do seu jeitinho, encarou a minha presença como uma adorável surpresa! Reações memoráveis, que me ensinam um monte, e aquecem o meu coração.



Encantar-se com os pequenos detalhes do dia a dia... Não é este, um dos grandes segredos da felicidade?! Sim, acredito (completamente) que sim! A vida é feita de momentos, sejam eles rotineiros ou não. E, na minha opinião, são justamente os acontecimentos diários – e até mesmo monótonos –, que escondem as verdadeiras riquezas. A diferença está na importância e no sentido que damos a eles. 

Família, o foco mais importante.
Imagina se tivéssemos sempre que depender de fatos extraordinários para encontrar graça na vida?! Seria triste. Mas, se não tomarmos cuidado, podemos nos tornar escravos da ideia de uma realização – tantas vezes ilusória – e acreditar que só seremos felizes quando – e se – ela se concretizar. Esperar, acreditar, lutar por um sonho é maravilhoso. No entanto, fazer disso a condição da nossa felicidade, ignorando a alegria presente e real, que está bem diante de nós, é muita insensatez.





O fascinante pode ser facilmente encontrado nas cenas ordinárias, de cada dia. A questão é que nos acostumamos (no sentido entediante da palavra) com a rotina, e nos acomodamos de tal maneira, que deixamos de reconhecer e admirar a beleza que ela tem. Pura ingratidão, que nos impede de apreciar os pequenos espetáculos, a nossa volta. A verdade, é que o incrível e o grandioso pode surgir de algo, aparentemente, singelo e corriqueiro, quando sabemos lhe dar o devido valor.

Falando em realização... 
As crianças costumam ser mestras em transformar o simples e habitual em uma fantástica novidade. Como deveríamos aprender com elas! Quem tem o privilégio de tê-las por perto, não pode perder a oportunidade de observá-las, com atenção. O olhar delas transparece admiração e encanto. E é justamente essa mirada, cheia de deslumbre, que tantas vezes nos falta. É essa perspectiva que nos liberta do feitiço da cegueira e nos faz novamente capazes de contemplar os inumeráveis presentes que a vida nos dá.

Sou sortuda em poder dizer que tenho três “professores” sensacionais, ao meu lado. Eles me chamam de mãe, e são os melhores motivadores e instrutores que eu poderia ter. São eles quem mais me ajudam nas escolhas, quem mais orientam a minha conduta, quem mais definem as minhas prioridades, quem mais norteiam os meus passos e, sem dúvida alguma, os que mais me inspiram e estimulam no quesito: “como me tornar uma melhor pessoa, a cada dia”. Espero, de todo coração, jamais deixar escapar os seus valiosos e impagáveis ensinamentos.

Não importa quantos afazeres, preocupações ou problemas pesem sobre nós, nada deve tirar o nosso foco do essencial, que devolve a leveza que precisamos. Não podemos nos distrair e correr o risco de perder as lições mais importantes da vida. Por isso, sempre que me deparo com uma dessas ocasiões de ouro, fico mais convicta de que é impossível ser (realmente) feliz, sem elas.

Como naquele dia, por exemplo, que apareci no colégio sem avisar, com o propósito de surpreender os filhos, mas fui ainda mais surpreendida por eles. Começando pelo André (9), que me viu de longe, sorriu de orelha a orelha (o que me deixou derretida) e correu na minha direção, desviando-se dos colegas, para me dar um abraço caloroso!
Falando em alegria e encanto...

Depois, com a Clara (na época, com 3), que gritou “mamãe!” (com aquela doce animação), quando apareci na sua sala, apressando-se para pular em meus braços e mostrar o lindo desenho que havia acabado de fazer.

Já o Pedro (5), que estava para lá de entretido, brincando com os amigos, demorou para perceber a minha presença. Ao me ver, ficou tão surpreso, que parou de repente, levando um “encontrão” de um colega. Mesmo assim, abriu o seu típico sorriso, lindo e sapeca. Dos três, foi o único que não correu ao meu encontro. Preferiu caminhar, sem pressa, puxando a mochila. Mas compensou a “demora” com um abraço gostoso, que culminou com o melhor sussurro do mundo, ao pé do meu ouvido: “eu te amo, mãe”. 

Raquel Suppi

O que mais gosto na maternidade?

No meio daquela bagunça gostosa com os filhos, um deles me perguntou por que eu gostava tanto de ser mãe. - Porque eu tenho vocês, ué...

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