*Texto adaptado para o Riquezas do Lar, originalmente publicado no site Negócios de Família, em julho/2014*
É bastante corriqueiro, quase como uma regra, os filhos
colocarem os pais em situações embaraçosas. Parece até que todos fazem um curso
universal, do tipo: “como fazer os pais passarem vergonha”!
Quem nunca pareceu ter mentido? Dizemos: “ela não gosta de
comer isso”, mas a filha não só come tudo, como pede mais. Quem nunca se constrangeu
diante das respostas extremamente sinceras? Perguntam: “Gostou do presente?”. E
o filho responde: “Não! Eu queria brinquedo, e não roupa!”. Quem nunca quis
evaporar, diante de algum comentário totalmente sem noção dos filhos?
Não há como escapar! Viver momentos constrangedores, por
causa das nossas crianças, é marca registrada de toda mãe – e pai também! É uma
espécie de tradição da maternidade/paternidade, passada de geração em geração.
Um dia, fizemos isso com os nossos pais, que fizeram com os nossos avós, que
fizeram com os nossos bisavós e por aí vai!
Se todos passam ou já passaram por isso, bem que poderíamos
encarar de uma maneira mais leve e descontraída. Claro que, na hora do
aperreio, é complicado ver por essa ótica, levar numa boa e muito menos curtir.
Se pudéssemos, enfiaríamos a cabeça em um buraco, como avestruz! Mas, depois, é
quase impossível não virar piada e motivo de gargalhada. Histórias que serão
contadas por anos, provavelmente, para as gerações seguintes!
Aqui em casa, temos um caderno cheio de casos assim.
Procuramos anotar tudo. Vez ou outra, a gente lê e a risada é geral, os filhos
adoram! Além disso, recontar um caso ou história, mesmo que em meio à
descontração, pode ser uma boa oportunidade para educar, explicar e reforçar um
ensinamento.
Um dos “clássicos” da família, com vários “capítulos”
posteriores, envolveu o André, nosso filho mais velho. Na época, com três anos,
ele começava a aprender (e a levar a sério) algumas “normas” das boas maneiras.
Entre elas, a de não soltar “pum” perto de alguém. Ensinamos que sempre deveríamos
tentar nos afastar das pessoas ou ir ao banheiro, em sinal de respeito.
Tudo começou, por conta de um episódio hilário, ocorrido numa
noite de sexta-feira, em casa. Nós três (meu marido, André e eu) estávamos na
sala, assistindo algum programa infantil, quando um mau cheiro invadiu o ambiente.
Felipe e eu nos encaramos, cada um achando que o outro era o responsável por
aquele fedor. Após negarmos a culpa, voltamos o olhar para o André,
incrédulos de que ele seria capaz de “produzir” tal odor. Para a nossa
surpresa, no entanto, nosso lindo menininho se acusou, entre risinhos gaiatos. Depois
do “choque” e da crise de riso que tivemos, fizemos a devida correção.
Ficou claro que o nosso garotinho havia entendido a lição,
poucos dias depois. Nós dois estávamos entretidos, fazendo uma atividade de
arte, quando ele se levantou e correu em direção ao corredor, retornando em
seguida. Voltou a fazer a mesma coisa, outras duas vezes. Curiosa e sem
entender, perguntei o que estava fazendo, se estava tudo bem. “Eu só fui ‘peidá’
de longe, mamãe!”, respondeu, com a naturalidade e a inocência de criança, e já
detido na nossa tarefa. Gargalhei por dentro e externei os devidos elogios, sentindo
a tranquilidade que uma missão cumprida nos traz. Eu só não sabia que ela não
estava, de fato, finalizada. Faltou ensinar um pequeno detalhe, que acabou nos
rendendo um grande constrangimento, no final de semana seguinte.
Estávamos em um restaurante razoavelmente cheio, e o André brincava
no “parquinho” do local. Nossa mesa ficava próxima, de modo que dava para ficar
de olho nele, enquanto jantávamos. Por isso, vimos exatamente quando ele saiu
apressado, e correu para a direção oposta à nossa. Pensando que estivesse
perdido, levantamo-nos rapidamente, para indicar onde estávamos. Foi quando ele
parou, perto de umas mesas vazias, ergueu o polegar e soltou o berro, todo satisfeito:
“Mamãe! Papai! Peidei de longe!”. Ops! Era o detalhe que faltava da lição: explicar
que ninguém precisava saber. Falha nossa!
Apesar da confusão, a risada foi geral! Quanto a nós, não
tivemos como escapar e muito menos disfarçar – fazer aquele ar de “eu não
conheço esse menino”. Além dos garçons, Felipe e eu éramos os únicos de pé,
olhando para onde o André estava. Ficou óbvio que ele era o nosso filho! Então,
foi o jeito entrar na onda e soltar o riso, também – e não os gases!
Raquel Suppi
Rindo até 2058... kkkkkkkk
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkk
Excluirkkkkkkkkkkkkkk lembro demaaaaais dessa fase dele e dessa história! kkkkkkkkkkkkk peidão lindo da dinda! e gasguito igual à mãe dele... né quel? "TÁ SE LIMPANDOOO!" kkkkkkkk
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Por isso que a mommy ama essa história do Dé! #vingança kkkkk
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