Mais que um flagra, um mimo cheio de beleza! |
Por uma questão de logística, geralmente, é o meu marido quem
leva e busca os filhos no colégio. Contudo, sempre que possível, faço essa
função ou vamos os dois juntos. Recentemente, por exemplo, fui com o Felipe, sem
que as crianças soubessem. Eu queria surpreendê-las, ainda que no fundo
pensasse que a minha ida não fosse uma grande novidade. Estava enganada! Ao me
avistarem, cada um do seu jeitinho, encarou a minha presença como uma adorável surpresa!
Reações memoráveis, que me ensinam um monte, e aquecem o meu coração.
Encantar-se com os pequenos detalhes do dia a dia... Não é
este, um dos grandes segredos da felicidade?! Sim, acredito (completamente) que
sim! A vida é feita de momentos, sejam eles rotineiros ou não. E, na minha
opinião, são justamente os acontecimentos diários – e até mesmo monótonos –,
que escondem as verdadeiras riquezas. A diferença está na importância e no
sentido que damos a eles.
Família, o foco mais importante. |
Imagina se tivéssemos sempre que depender de fatos
extraordinários para encontrar graça na vida?! Seria triste. Mas, se não
tomarmos cuidado, podemos nos tornar escravos da ideia de uma realização –
tantas vezes ilusória – e acreditar que só seremos felizes quando – e se – ela
se concretizar. Esperar, acreditar, lutar por um sonho é maravilhoso. No entanto,
fazer disso a condição da nossa felicidade, ignorando a alegria presente e
real, que está bem diante de nós, é muita insensatez.
O fascinante pode ser facilmente encontrado nas cenas
ordinárias, de cada dia. A questão é que nos acostumamos (no sentido entediante
da palavra) com a rotina, e nos acomodamos de tal maneira, que deixamos de reconhecer
e admirar a beleza que ela tem. Pura ingratidão, que nos impede de apreciar os
pequenos espetáculos, a nossa volta. A verdade, é que o incrível e o grandioso
pode surgir de algo, aparentemente, singelo e corriqueiro, quando sabemos lhe dar
o devido valor.
Falando em realização... |
As crianças costumam ser mestras em transformar o simples e
habitual em uma fantástica novidade. Como deveríamos aprender com elas! Quem
tem o privilégio de tê-las por perto, não pode perder a oportunidade de
observá-las, com atenção. O olhar delas transparece admiração e encanto. E é
justamente essa mirada, cheia de deslumbre, que tantas vezes nos falta. É essa
perspectiva que nos liberta do feitiço da cegueira e nos faz novamente capazes
de contemplar os inumeráveis presentes que a vida nos dá.
Sou sortuda em poder dizer que tenho três “professores”
sensacionais, ao meu lado. Eles me chamam de mãe, e são os melhores motivadores
e instrutores que eu poderia ter. São eles quem mais me ajudam nas escolhas,
quem mais orientam a minha conduta, quem mais definem as minhas prioridades,
quem mais norteiam os meus passos e, sem dúvida alguma, os que mais me inspiram
e estimulam no quesito: “como me tornar uma melhor pessoa, a cada dia”. Espero,
de todo coração, jamais deixar escapar os seus valiosos e impagáveis
ensinamentos.
Não importa quantos afazeres, preocupações ou problemas pesem
sobre nós, nada deve tirar o nosso foco do essencial, que devolve a leveza que
precisamos. Não podemos nos distrair e correr o risco de perder as lições mais
importantes da vida. Por isso, sempre que me deparo com uma dessas ocasiões de
ouro, fico mais convicta de que é impossível ser (realmente) feliz, sem elas.
Como naquele dia, por exemplo, que apareci no colégio sem
avisar, com o propósito de surpreender os filhos, mas fui ainda mais
surpreendida por eles. Começando pelo André (9), que me viu de longe, sorriu de
orelha a orelha (o que me deixou derretida) e correu na minha direção,
desviando-se dos colegas, para me dar um abraço caloroso!
Falando em alegria e encanto... |
Depois, com a Clara (na época, com 3), que gritou “mamãe!” (com
aquela doce animação), quando apareci na sua sala, apressando-se para pular em
meus braços e mostrar o lindo desenho que havia acabado de fazer.
Já o Pedro (5), que estava para lá de entretido, brincando com
os amigos, demorou para perceber a minha presença. Ao me ver, ficou tão
surpreso, que parou de repente, levando um “encontrão” de um colega. Mesmo
assim, abriu o seu típico sorriso, lindo e sapeca. Dos três, foi o único que
não correu ao meu encontro. Preferiu caminhar, sem pressa, puxando a mochila. Mas
compensou a “demora” com um abraço gostoso, que culminou com o melhor sussurro do mundo, ao pé do meu ouvido: “eu te amo, mãe”.
Raquel Suppi
Raquel Suppi
ahhhh que lindoooo que lindooo que lindoooo, Quel!!! Concordo demaaaais com tudo isso!! se nao formos capazes de enxergar a beleza e a grandeza das pequenas coisas que nos rodeiam cotidianamente, de que adianta buscar algo "grande"? amo vocês!!!
ResponderExcluirIsso mesmo, Rena! Respondeu lindamente: "de que adianta buscar algo "grande"?" Também amo vocês!!!
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