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Graduada em jornalismo e escritora de romances e histórias infantis, foi no lar que descobri o maior sentido da vida. Alguém que encontra amor e alegria nos desafios e nos prazeres cotidianos do matrimônio e da maternidade. Enfim, uma mulher loucamente apaixonada pelo marido e pelos filhos, que se torna plena, descobre-se e se realiza, cada dia e sempre mais, no seio da família.

segunda-feira, 5 de março de 2018

Aula sem cálculo, lógica e explicação

Se “a vida é uma escola”, como diz o famoso ditado popular; a maternidade/paternidade, sem sombra de dúvida, é uma das mais importantes – e maravilhosas – salas de aula.

Nessa classe, há uma troca constante e abrangente de aprendizado. Nunca se sabe exatamente quem (mais) está aprendendo ou ensinando. Surge sempre assunto novo, as dúvidas são incessantes – e, muitas vezes, desconcertantes –, e as descobertas são, absolutamente, fascinantes!

Cabe o mundo todinho, lá dentro. As matérias são as mais variadas que se possa imaginar.  E acontece tanto improviso, que não dá para fazer – e muito menos seguir – um plano de aula, fielmente. Mas cada tema abordado é importante. Inclusive, eles podem se entrelaçar e, vários deles, serem discutidos, ao mesmo tempo – é bastante comum. Não tem essa de esperar um ser concluído, para começar outro. O mesmo acontece com os problemas – muitos deles, bem mais complexos que os matemáticos –, que aparecem sem ordem, lógica, regra e, geralmente, não tem uma resolução exata.

Tudo é ininterrupto, sem direito a intervalo ou recreio, mas nem por isso falta diversão. Muito pelo contrário. Embora seja uma aula encarada com muita seriedade e disciplina, é também uma das mais espontâneas, surpreendentes e encantadoras. Tem brincadeira, bagunça, sujeira, bronca, bobeira, arte, briga, malcriação, dodói, medicação, comida gostosa, canção, beijo melado, abraço apertado, carinho, lágrimas, soninho, palhaçada, sorriso e muita gargalhada.

Não tem dia de prova, teste ou avaliação. Aliás, tem sim – e muito –, e acontece a qualquer hora e momento! O que não tem é nota e essa história de “repetir” ou “reprovar”. Mas não tem moleza, não. Lição é o que não falta, trabalho também não! E deve ser realizado com a melhor intenção, empenho e dedicação – feito em equipe, vale ainda mais!

E, como tudo que é valioso, também custa um bocado. Nem sempre é fácil. Tem choro, decepção, sentimento de culpa, cansaço, sensação de impotência e fracasso. Mas a parte desafiante é só um pequeno fragmento, diante da grandeza incomensurável do todo. Por isso, além de muito bem recompensadas – de forma positivamente desproporcional –, as dificuldades acabam servindo de combustível e motivação, para (tentar) fazer bem melhor (sempre), da próxima vez.

Pode não haver “recuperação” nessa classe, mas existe o esforço constante e o desejo infinito de se superar e melhorar, a cada dia. Uma busca incansável pela inalcançável perfeição. Mesmo assim, não dá para desistir. Por mais frustrante que seja constatar que é impossível chegar lá, sempre há esperança e vontade de continuar tentando e lutando, para ir mais longe. Não por teimosia ou vaidade, mas por uma decisão firme do coração. Uma escolha tão forte, imensa e poderosa, que é indestrutível, imensurável, incomparável, irrevogável; chamada: amor!

E, nossa! Há tanto amor nessa turma, que fórmula alguma seria capaz de calcular. É tão ilógico e inexplicável que, certamente, daria para preencher o universo inteiro, com todo o seu infinito! E é esse amor que conduz, sustenta e faz tudo acontecer. É desse amor que brota tudo o que é necessário, em/para cada ensinamento: paciência, fé, força, persistência, firmeza, caridade, perdão, leveza, sabedoria, resiliência, alegria, confiança, esperança... Enfim, é algo incrível! Para isso, no entanto, é preciso estar focado nele (no amor). Caso contrário, as coisas podem ficar confusas e desordenadas.

Portanto, como se vê, o amor é completamente imprescindível nessa classe, pois é a base de toda matéria que passa por ela. Quando ele atua de verdade, tudo vai entrando em equilíbrio, por mais que doa. E dói – para valer!

Dói a incerteza. Dói enfrentar a nós mesmos. Dói ver sofrer. Dói, muitas vezes, fazer a coisa certa. Dá vontade de pegar atalhos, pular aquela lição, fazer o caminho mais curto e imediato. Contudo, a via do amor, por mais desafiante que possa parecer, é a estrada mais segura, só é preciso ter coragem para segui-la. Mas, quando optamos por ela, a experiência é sem igual, a mais feliz! E, à medida que caminhamos, os verdadeiros, os melhores, os mais belos e saborosos frutos vão surgindo. Cada um ao seu tempo, basta continuar, pacientemente, o percurso.


Tem como negar a relevância e o tamanho da importância dessa sala de aula, na escola da vida?! Há como não se maravilhar com os seus encantos?! Eu nunca ouvi falar de alguém que tenha se arrependido de ter entrado nela e que, mediante as dificuldades e provações, quisesse voltar atrás ou trocar de turma – o contrário, sim! É que não existe amor, sem renúncias e sacrifícios. E o que seria da vida, sem amar de verdade?

Raquel Suppi

9 comentários:

  1. Olá Raquel! Tenho acompanhado seu blog e gostado muito dos seus textos, nunca tinha comentado porque achava que precisava de uma conta no blogger, mas descobri que pode ser anônimo. Parabéns pelo belo trabalho! Abraço, Ana Catharynna Borges

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    1. Muito obrigada pelo carinho e por nos acompanhar, Ana Catharynna! Que bom que você logo descobriu como postar comentário. Conto com a sua presença! Um abraço e fica com Deus!

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  2. "Dói a incerteza. Dói enfrentar a nós mesmos. Dói ver sofrer. Dói, muitas vezes, fazer a coisa certa. Dá vontade de pegar atalhos, pular aquela lição, fazer o caminho mais curto e imediato. Contudo, a via do amor, por mais desafiante que possa parecer, é a estrada mais segura, só é preciso ter coragem para segui-la." Uau! Simplesmente maravilhoso, profundo e verdadeiro! Ivan Sobral

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    1. Obrigada pelo comentário, Ivan! Deus te abençoe!

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    2. esse trecho que o Ivan destacou tbm me tocou profundamente! que lindo texto, Quel! nossa! te amo!

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  3. E quando estamos prestes a pegar o diploma, percebemos que aquela nota 5,5 não nos dará a aprovação. Então retomamos a lição e começamos de novo e de novo até o amor transbordar e "todos" serem aprovados! Já não tenho mais palavras para elogiar teus textos! Parabéns prima Raquel Suppi. Continue, faz nossos dias melhores! ❤❤

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    1. Muito obrigada pelo carinho, apoio e prestígio, prima Sandrinha (está sem identificação, mas sei que é você)! Vindos de vc, não é pouca coisa!!! Como já disse, seus comentários são de uma motivação sem tamanho! Super beijo!

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