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Graduada em jornalismo e escritora de romances e histórias infantis, foi no lar que descobri o maior sentido da vida. Alguém que encontra amor e alegria nos desafios e nos prazeres cotidianos do matrimônio e da maternidade. Enfim, uma mulher loucamente apaixonada pelo marido e pelos filhos, que se torna plena, descobre-se e se realiza, cada dia e sempre mais, no seio da família.

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Pedro, a alegria da minha vida!

Meu menino de 6 anos!
Meu Pedro completou seis anos de vida, recentemente. Seis anos sendo um presente precioso e incomparável, em nossa vida. Senti tantas coisas com a sua chegada, que nem consigo nominar. Mas, entre todas as emoções, arrisco-me a dizer que três se sobressaíram: amor, medo, alegria. Desde o início e até hoje, não há como falar sobre ele, sem sentir tudo isso junto.

Eu já era mãe, quando ele nasceu. Mas, sem dúvida, nasceu uma nova mãe, com ele. Eu já conhecia a força do amor materno. Mas experimentei a sua potência, novamente, como se fosse a primeira vez. Senti o coração alargar intensamente. Pareceu até ser um movimento físico, sentido no próprio peito, de tão real e nítido que foi. Um mistério de amor tão grande e tão perfeito, que só pode brotar do próprio Amor de Deus. Algo que precisa ser vivenciado, para ser compreendido.

Foi assim que entendi que o amor (de mãe) não conhece subtração ou divisão, apenas adição e multiplicação. Descobri que amamos cada filho de forma única e infinita, como se só existisse ele, no mundo inteiro (ainda que tenhamos dois, três, quatro... ou mais de dez!). Um entendimento que marcou para sempre a minha vida, e que está íntima e precisamente ligado à chegada do Pedrinho.

"Foi rápido e fácil demais amá-lo!"
Pensar no meu Pedro é sorrir sem perceber. Falar sobre ele, então, é uma delícia! E teria tanto para contar... Costumo dizer que ele é a nossa alegria, com o seu jeito agitado, sapeca e serelepe de ser, que tantas vezes nos deixa loucos! E, na mesma loucura, ele nos cativa e conquista loucamente! É um menininho autêntico, espontâneo e para lá de sensível e carinhoso, com uma capacidade incrível de nos levar aos extremos: da irritação ao mais profundo estado de derretimento de amor. Seja como for, sou completamente apaixonada por ele.

A vinda dele foi bem diferente da experiência vivida com o André. E foi ótimo ter sido assim, porque foi logo ficando muito claro para mim, desde o início, que cada filho é irrepetível, precioso e especial à sua própria maneira. Embora eu pensasse assim, ainda não tinha ideia do quanto reconhecer e aceitar essa verdade seria tão importante para a nova fase que a minha maternidade inaugurava: ser mãe de dois meninos tão semelhantes e tão distintos.


Ainda posso escutar o Felipe anunciando, emocionado: “Ele nasceu!”. Estava louca que o trouxessem para mim, para aqueles poucos segundos tão valiosos, do primeiro encontro. As lágrimas me impediram de vê-lo claramente, mas ainda lembro exatamente do que vi e senti. Foi rápido e fácil demais amá-lo! Se antes não dava para imaginar a minha vida sem ele, agora, o sentimento era muito mais forte e doído.

Quando, finalmente, fui levada da sala de recuperação para o quarto, tão feliz, apaixonada e ansiosa para tê-lo em meus braços e, então, amamentá-lo, admirá-lo... Uma surpresa assustadora: meu Pedrinho estava na UTI. A pediatra de plantão me deu a notícia com muita tranquilidade e cautela. Contou que haviam percebido uma leve dificuldade respiratória e que por isso ele foi colocado na incubadora, com um “capacete de oxigênio”, para não cansar. Falou que não se tratava de algo grave e que era, até certo ponto, “comum” em bebês que nascem de cesárea. Fez questão de enfatizar que ele não era um “bebê de UTI”, que ficaria lá por no máximo 24 horas. Explicou que ele seria avaliado a cada seis horas, para saber se já estava respirando mais confortavelmente e, assim, receber alta da UTI. E, como “consolo”, disse que eu poderia ser chamada para tentar amamentá-lo, ao longo dessa espera agoniante.

A pediatra foi realmente muito atenciosa e amável. Minha mãe também estava lá, ao meu lado, esforçando-se para sorrir, na tentativa de me deixar mais tranquila. Tudo isso foi muito importante para amenizar o impacto. Por mais “comum” que seja, era uma situação nova e assustadora para mim. Meu filhinho não podia estar comigo e isso me angustiava e provocava um medo doloroso. Uma sensação que carrego até hoje. Mesmo assim, reagi bem, na medida do possível. Mas foi difícil ver seis horas de espera se transformar em doze, dezoito...

Amor, alegria, medo, dor...
Comecei a ficar mais ansiosa porque sabia que o André (na época, com 3 anos) viria para o horário de visita, no fim da tarde. Como seria para ele, não encontrar o irmãozinho? Como explicar o que estava acontecendo? Felipe e uma tia tentaram convencê-lo a esperar o dia seguinte, mas ele se recusou, dizendo que a mãe e o irmão o estavam aguardando. De fato, isso ficou combinado há várias semanas. Como era a primeira vez que ficaríamos longe um do outro, tentei prepará-lo bem, para o momento. Escolhemos até a roupa que ele usaria: fantasia do Homem Aranha. E assim aconteceu!

Foi muito bom o André ter ido, pois a sua presença me distraiu e encheu de alegria! Logo que chegou, deu-me um abraço gostoso e ficou como se estivesse procurando por algo ou alguém. Então, contamos que a enfermeira havia levado o Pedrinho para trocar a fralda e fazer uns exames, e que podia demorar. Notamos a decepção no seu rostinho e, por isso, decidimos entregar o presente escolhido e guardado especialmente para o encontro dos irmãos: um skate. Ele adorou, pois era exatamente o que queria. Aos poucos, mais visitas foram chegando, e isso ajudou a mudar o foco do Dé, até a hora de ir para casa.

Cerca de doze horas depois do nosso primeiro encontro, fui chamada para amamentar o meu pequeno príncipe, pela primeira vez. Quanta emoção! Entrei na UTI Neonatal chorando muito, algo que não pude evitar. Não conseguia enxergar nada ao meu redor, enquanto caminhava. Fitava apenas a incubadora que a enfermeira havia apontado, logo que entramos. Quando vi o meu Pedrinho... nem sei explicar. Basta dizer que amor, alegria e medo viraram uma coisa só!

Que bebê mais lindo! Ele estava só de fraldinha, tão fofo, bochechudo... tão perfeitinho! Os olhinhos estavam abertos, com um olhar sereno. Movimentava os bracinhos e as perninhas sem parar (dentro da barriga, fazia igual!). Como desejei tirá-lo de lá! Trouxeram-me uma poltrona e me ajudaram a sentar. Retiraram o Pedrinho da incubadora e eu fiz que ia me levantar, queria ir ao seu encontro, mas a enfermeira me disse, sorrindo: “Calma mamãe, você está operada, ele vai até você!”. Que momento feliz quando, finalmente, pude tê-lo nos braços! A gente se reconheceu imediatamente. Uma conexão que ainda se mantém e só se fortalece.

Presente de inestimável valor!
Mesmo cansadinho, ele conseguiu mamar. Uma cena inesquecível, que guardo com precisão e gratidão! Enquanto ele mamava, pude cheirá-lo, fazer carinho e admirá-lo bem de perto. Peguei nas mãozinhas, nos pezinhos, em cada um dos dedinhos... fotografei mentalmente cada detalhe dele. Nesse momento, pensei na possibilidade de não poder levá-lo comigo para o quarto, e o coração apertou. Se tinha sido difícil ficar longe dele antes, imagina agora, que já sabia como era gostoso tê-lo em meu colo?! Foi quando olhei em volta, pela primeira vez, e percebi que tinha outros pais naquele lugar. Tantos bebezinhos prematuros, em situação grave, cheios de aparelhos em seus corpinhos tão pequenos. O Pedrinho era tão grande e parecia tão saudável, comparados a eles. Sentindo a dor daqueles pais, fiz uma oração por cada um que ali estava.

O pediatra, gentilmente, disse-me que o Pedrinho precisava permanecer na UTI, por mais algumas horas. Eu estava me preparando para isso, mas doeu escutar. Não disse uma palavra, ou ia chorar. Abençoei e dei um beijinho na cabecinha do meu filho, e ele foi colocado na incubadora. Que tristeza precisar deixá-lo. Sai chorando de lá, mas consolada por saber que era o melhor para ele, e que em breve estaríamos juntos. Ver a situação ao meu redor, com casos tão mais sérios, inibia a minha lamentação. Eu tinha mais era que agradecer.

Voltei para amamentá-lo na UTI, naquela mesma noite. Desta vez, o Felipe também entrou comigo e foi muito especial. Pedrinho mamou bastante. Sugava com tanta força, que deu para ver a linda covinha que ele tem na bochecha. Tão fofo! Até me enchi de esperança que lhe dessem alta. Mas, novamente, fui para o quarto de mãos vazias. Passamos a madrugada longe um do outro. Não fui mais chamada. De manhã cedo, minha mãe, que estava comigo, sugeriu que eu tomasse um banho e ficasse pronta, porque poderíamos ir para casa a qualquer momento.

Cena inesquecível: filhos se conhecendo!
Enquanto eu me ajeitava no banheiro, lembrei que o Pedrinho já havia passado 24 horas na UTI, tempo máximo que a pediatra disse que ele ficaria. Cheguei a pensar: “Será que eu vou receber alta e ele não?”. Imaginar a possibilidade de ir para casa sozinha, era terrível! Eu não sabia que, naquele exato instante, meu pequeno também estava se arrumando, para vir ao meu encontro e irmos, juntinhos, para casa! Quando voltei para o quarto e, em seguida, minha mãe entrou com ele nos braços, foi uma festa! Mal podia acreditar que ele estava ali!

Dali adiante, aquele dia foi só alegria! Não demorou, e o André chegou, com o pai, para nos buscar. E, então, presenciei uma das cenas mais lindas, apaixonantes e marcantes da minha maternidade: ver os meus dois filhos juntos, pela primeira vez. Quando o Dé entrou, veio falar comigo cheio de sorriso, sem perceber que o Pedrinho estava ali, no colo da vovó. Logo que se deu conta, seu semblante se transformou, adquirindo um aspecto solene. Por sua vontade, ele se aproximou e foi como se, finalmente, tivesse compreendido o que era ter um irmão. Eu quase podia ver um amor os envolvendo e um elo indestrutível se formando, entre os dois. Aí, ele fez carinho, beijou a cabecinha, tudo de forma espontânea, e pediu para segurá-lo. Emoção demais para o meu coração! Naquela mesma noite, os irmãos dormiram juntos, no mesmo quarto, pela primeira vez. E começou, de fato, um novo tempo na nossa família, muito mais pleno!

Alegria da minha vida!
Tudo isso que descrevi, passa por minha cabeça, frequentemente. Eu me pego rindo sozinha, e também me emociono. Às vezes, a memória surge sem que eu me esforce. Outras, faço questão de relembrar, especialmente quando o Pedrinho está me tirando do sério, com as suas peraltices. Pensar em tudo o que passamos: os sofrimentos e inseguranças dos primeiros dias; as dificuldades e adaptações dos meses seguintes... enfim, geram em mim tanta gratidão por vê-lo, hoje em dia, tão cheio de saúde e energia, que fica mais fácil lidar com as situações desafiantes que surgem.

Como não amar perdidamente um menininho, tão lindo e sapeca, que tanto me ensina e incentiva a ser melhor? Como não ser eternamente grata pela vida de um garotinho que exala tanta alegria e espontaneidade, por onde passa? Como não temer, terrivelmente, cometer qualquer falha com ele, que é um verdadeiro presente, de valor inestimável para nós? Assim, Amor, alegria e medo (entre outras coisas mais) estão sempre de mãos dadas, na nossa relação. Sendo o Amor, infinitamente maior – sempre!

Raquel Suppi (mamãe)

8 comentários:

  1. Que linda homenagem, meu amore. O que dizer depois disso? Confirmo e reafirmo cada palavra. Muita gratidão a Deus pela vida do nosso pequeno. Papai ama demais!

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    1. Obrigada, amore! É memso muito amor e gratidão! Te amo!!!

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  2. Nossa, que texto inspirador! Parabéns para o seu filho e pela forma tão clara de expressar as suas emoções. Gabriela Feitosa

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  3. Ai Quel, e eu sofri tanto com as longas 7h que Benjamin ficou longe de mim com o capacete... só posso imaginar seu coração! e o daquelas outras "mamaes de UTI", também sempre rezo por elas e seus bebes. Massss o foco do post é a alegria, ne? E e é mesmo, alegria e espontaneidade. pepeto é um vulcão, e olha que eu sei sobre vulcão, ne? kkkkkkk precioso e único, pensar no pepeto já me lembra empolgação e surpresa! Bendito seja Deus por sua vida e que Ele esteja sempre perto olhando seus passos, cuidando, protegendo nas peraltices e dando paciencia aos pais! e muitaaaaa saúde, Jesus! te amamos, pepeto!

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    1. Sim! O foco é a alegria!!! Pura alegria do nosso Pepêto! Obrigada, Rena, por ser essa tia carinhosa e amorosa!!! Te amamos!

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  4. ahhh, e lindooooo texto, quel! nem precisava falar!

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