No meio daquela bagunça gostosa com os filhos, um deles me
perguntou por que eu gostava tanto de ser mãe.
- Porque eu tenho vocês, ué! Tenho vocês para amar, cuidar e
alegrar a minha vida. – Respondi, imediatamente.
Todos riram, satisfeitos, mas isso eles já tinham certeza. Na verdade, o que eles realmente queriam saber, e fui entendendo aos poucos, era
o que me faz amar tanto ser mãe. Ou seja, o que mais me dá prazer, na
maternidade: algo que faço ou que eles fazem, algum momento ou situação...
No começo, eles queriam que eu escolhesse uma única coisa,
mas acabaram aceitando e compreendendo que era impossível. Porque, já que a
existência deles (que está no topo isolado dos motivos) não conta, abaixo disso
há uma infinidade de detalhes que me fazem a mãe mais feliz do mundo!
Então, a partir da pergunta “o que você mais gosta na
maternidade?”, desenvolvemos um diálogo deliciosamente divertido, encantador e
cheio de descobertas. E foi desse bate-papo descontraído (e, por isso mesmo,
tão rico!) que criei a lista abaixo (a propósito, ela não está em ordem de
importância), escolhendo alguns, dentre os vários pontos que abordamos.
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O que mais gosto na maternidade? <<<<<
1. Dos momentos
espontâneos. Quando as nossas conversas (como a
que tivemos, que resultou neste texto) e brincadeiras se iniciam e vão se
construindo naturalmente, sem nenhum planejamento. Situações assim, de pura
cumplicidade e descontração, revelam muito de nós, fortalecem os laços de amor,
e nos mostram como é bom ser família e o quanto é simples ser feliz.
2. Das brincadeiras
e diversões. Brincar com
eles é uma delícia, e vê-los se divertindo, individualmente ou juntos
(especialmente juntos!), é uma das minhas cenas preferidas. Quantas vezes fico
espiando e admirando em silêncio, a forma que cada um brinca! Seja quando estão
concentrados, montando lego, quebra-cabeça ou fazendo desenhos e pinturas; ou
quando estão agitados, brincando de pega-pega, futebol, esconde-esconde e por
aí vai. De um jeito ou de outro, é simplesmente encantador!
3. Quando os filhos devoram as comidas
que faço. É maravilhoso
quando eles se alimentam bem, de forma saudável e comem toda a comida. É, no
entanto, ainda mais incrível, quando eles se alimentam bem, de forma saudável e
comem toda a comida preparada por mim! Eu nunca tive muito talento na cozinha,
mas o desejo de agradar o marido e os filhos gerou em mim um forte interesse
culinário. Ainda tenho muito que aprender, e eles são a minha principal
motivação (e diversão) no processo! Por isso, perceber que ficaram satisfeitos
e receber elogios de confirmação, é tão prazeroso, gratificante e
recompensador.
4. Da amizade. Meu coração se aquece, a cada
evidência de amizade, lealdade, cumplicidade e amor: entre os filhos, entre nós
(pais) e os filhos e entre os filhos e os seus amigos. É algo tão belo de constatar,
que não sei como descrever ou comparar. Sobretudo, quando se trata do laço de
união entre os irmãos (meus filhos).
5. Dos sorrisos, risadas e gargalhadas.
Como não amar vê-los
sorrindo? Como não amar gargalhar com eles? Sem sombra de dúvida, são as minhas
melhores, mais sinceras e valiosas risadas
6. Dos elogios, carinhos e “eu te amo”.
Escutar, das pessoinhas
que mais amamos na vida, “eu amo você, mamãe”, é tão inestimável, que me faz
pensar se mereço tanto. Receber seus abraços, beijos e carinhos espontâneos,
vale mais que qualquer presente! E o que dizer das suas declarações,
agradecimentos e elogios, tão tocantes quanto sinceros, do tipo: “você é muito
linda, mamãe!”?! Simplesmente, as palavrinhas mais mágicas que podem existir
(além de grandes responsáveis pela minha autoestima)!
7. Desfrutar o tempo de “filho único”.
Nada me faz mais feliz
do que ter a família reunida, com todos bem juntinhos e pertinho de mim. Mas
também amo e considero imprescindível, desfrutar momentos "de filho
único", com cada um. Uma ocasião rica e necessária (para os pais e para os
filhos), porque cada filho é mesmo único, insubstituível e o melhor presente do
mundo, da vida inteira!
8. Dos “momentos de leitura”. Os livros sempre estiveram presentes
na vida dos nossos filhos. Sabíamos que precisávamos incentivar a leitura,
desde cedo, se quiséssemos que eles realmente gostassem e reconhecessem a
importância de ler (bons livros). Em vista disso, criamos o “momento de
leitura”, quando paramos para ler uma boa história (o que não impede de lermos
em outros horários, também). Confesso que pensava que seria desafiante,
implantar esse compromisso diário, mas fui positivamente surpreendida! Claro
que nem sempre estão todos dispostos, mas percebo uma vitória e conquista, a
cada dia. Como uma sementinha, que está germinando, brotando e crescendo, aos
poucos. Por isso, é um momento tão prazeroso para mim. E fico ainda mais feliz
e orgulhosa, quando as crianças expressam ou deixam transparecer que também é,
para elas.
9. Das conquistas. Precisa explicar quão valioso é
testemunhar os filhos encarando um desafio, superando um medo e conquistando algo
que tanto queriam?! São as vitórias mais especiais da nossa vida!
10. De cada nova etapa. Cada fase, aprendizado, descoberta e
experiência dos filhos é uma novidade única, não apenas para eles, como também
para os pais. Eu me atrevo a dizer que valorizamos e nos importamos muito mais
do que eles mesmos, porque a vida dos filhos é tudo para nós. Vivemos e revivemos
tudo outra vez, olhando e acompanhando de um foco totalmente novo, muito mais
interessante e valioso. E sempre com um frio de pavor na barriga, por conta do
tempo, que corre rápido demais.
11. Da felicidade dos filhos. Vê-los felizes é o suficiente para nos
fazer feliz. É difícil encontrar algo que emocione e realize mais o coração de
uma mãe, do que a felicidade dos filhos. Nem precisa justificar.
12. Dos flagras. Aquelas cenas (engraçadas, lindas,
emocionantes etc.) que presenciamos, por acaso, e que são, absolutamente,
impagáveis! Esses dias, por exemplo, peguei o Pedrinho (6) limpando o rosto da
Clara (4), cheio de cuidado e carinho, da seguinte forma: lambendo o polegar
dele para, em seguida, esfregar na bochecha dela. Outra vez, encontrei o André
(9) lendo para os irmãos, que estavam atentíssimos para a história, no sofá. Tem,
também, os momentos de pura parceria e companheirismo, quando os irmãos se
defendem ou repartem entre si algo que apenas um ganhou (brinquedo, biscoito,
chocolate...). Enfim, amo demais flagrar tudo isso!
13. Dos papos cabeça. Já comentei que adoro as nossas
conversas descontraídas, que surgem espontaneamente. Mas também aprecio e
valorizo demais, os diálogos mais sérios: de orientação, correção,
esclarecimento... O assunto em questão pode até não ser fácil de abordar, mas é
sempre uma boa oportunidade para transmitir os valores que prezamos (de outra
forma, o mundo fará isso) e, sem dúvida, de aprendermos juntos.
14. De ver os filhos crescendo na fé. Não há nada que me importe ou me
preocupe mais, como mãe, do que educar os filhos nos verdadeiros valores cristãos,
ensinando-os a amar e seguir a Deus, na fé Católica. Esses princípios são a
base de tudo! Por isso, constatar (através das orações cotidianas, atitudes,
escolhas, entendimentos, conversas e acontecimentos do dia a dia) que eles
estão trilhando esse caminho, comove e traz um conforto indizível e incomparável,
ao meu coração.
15. Do quanto os filhos me fazem uma
pessoa melhor. Ser mãe,
definitivamente, foi um divisor de águas na minha vida. Nada me motiva mais a
(tentar) ser uma pessoa melhor, em todos os aspectos e momentos, como a
maternidade. Sei que estou bem aquém de quem deveria e gostaria de ser, mas
sigo focada nesse objetivo, motivada a perseverar. E a razão disso são os filhos,
que me tiram do comodismo e egoísmo, e me fazem mais doada, esforçada, criativa,
ágil, corajosa... tudo por eles e para eles. Mas como não reconhecer que, nesse
processo, eu mesma só tenho a ganhar?! Com toda certeza, ser mãe é o meu maior benefício.
A lista continua e acho que não tem fim. Afinal, a
maternidade é uma eterna e encantadora descoberta de amor!
Raquel Suppi